... E aqui estou , cercada de quinquilharias repletas de lembranças espalhadas pela casa . E quando digo lembranças não é necessariamente bom , nem completamente ruim .

domingo, 25 de julho de 2010

No fundo , acho que sempre gostei de extremos .

Não , ele  definitivamente não era o meu  tipo . Vinícius era algo entre a seriedade e o deboche . Ele era de extremos . Calça caindo , piercing , cordão de LA e rachas num dia . Teses milimetricamente fundamentadas , romances , jantares e velas no outro . Desminto : No fundo ,acho que sempre gostei de extremos.

Manhã de junho , chuvosa e ótima para dormir . Aula de físico-quimica pode esperar algumas horas , um dia ...
O telefone toca ( acho que vou me desfazer desse telefone infernal )
- eu to dormindo ... Quem é ?
- você ta dormindo ? Filhinha da mamãe! Minha moto ta na porta da sua casa , tem um capacete a mais . Levanta e vem .
- Nada me faz sair da cama . Vai dormir , Vinícius ! – desligando com um sorriso meio teimoso no rosto.
Instantaneamente , uma buzina irritante começa a soar na minha porta , por exatamente 20 minutos , sem nenhum milésimo de espaço de tempo. Enrolada em um cobertor até a cabeça , com o cabelo todo despenteado e com o rosto inchado , fui atender a porta .
- você é muito chato , sabia ?
- você me disse isso quando me conheceu ... Não me importo ! você ta horrível .
- MUITO obrigada , viu ? entra e fecha a porta , sem bater .
- vai , se arruma , vamo sair !
- to dormindo . – debochadamente .
- ok . então vou ficar aqui.
- NÃO ! ta certo , eu vou . Me dá meia hora !
Me arrumei , vaidosamente bem, e com um sorriso entranho no rosto . Isso não era bom .
- Aonde ta aquela menina horrível de mais cedo ? saiu sem mim ?poxa ...
- bobo. Vamos ?
Subi na moto ( não sei porque , tenho uma enorme vontade de dizer ‘’ montei ‘’ . enfim ... ). Saímos a uns 180km/h , creio eu . Muita adrenalina , eu estava feliz . Paramos em um lugar bonitinho , muito longe dos cenários belíssimos de Hollywood , mas bonito. Sentamos um ao lado do outro .Ele envolveu suavemente seus braços ao redor da minha cintura . Conversamos sobre as coisas do mundo , sobre coisas tão sem importância . Linguagem fática , por vezes , apelativa.
- Não entendo , o que você viu nele ?
- Eu também não sei ... É coisa de adolescência . Por mais que não seja grande e sólido como um edifício é uma casa , entende ?
- Não . Não gosto dessas coisas . Acho que nunca vivi um grande amor. Talvez esteja na hora ... não acha  ?
- ah, acho que ‘’ talvez ‘’ já é um bom começo . – algo entre olho no olho e risos nas entrelinhas .

Os condicionais não eram tão ruins assim . Não quando não se referiam a Gabriel . Creio que condicionais para incógnitas fossem vagos demais . Esse condicional era diferente . DROGA!Eu precisava que fosse diferente .Eu QUERIA que fosse .
'' Talvez '' não me parecia tão ruim .
Não agora. 

( Bia Beatriz - Kizzy S. ).

2 comentários:

Andreza Salvio disse...

aah, eu gosto de extremos, assim temos mais opçoes de escolha entre eles. Melhoras pra vc, amiga. Vou pra Sapu de noite aí te ligo. ;*

Kizzy S. disse...

rs Eu também gosto mais dos extremos, afinal o constante me entedia ! hihi
Ah , muito obrigada amiga !
Sim , esperarei ansiosa ! =*